segunda-feira, 6 de junho de 2011

Reflexão sobre o progresso científico

A ciência proporciona meios e instrumentos ao ser humano que, dependendo da sua utilização, contribuem para a felicidade e bem-estar comum ou, em oposição, causam repercussões a vários níveis como ambiental, social e, inclusive, ao nível da integridade dos indivíduos.

Não há qualquer dúvida de que a ciência e o seu progresso se apresentam como necessários e importantes para a sociedade. Mas, a própria população e o contexto histórico e social em que está inserida influenciam o conhecimento científico em si. Os cientistas, sendo seres humanos como todos os outros, estão inseridos numa determinada sociedade num contexto especifico, logo, as suas investigações são movidas pelas necessidades que lhes são apresentadas, sendo poucos os que pretendem atingir uma verdade “impraticável”.O que pretendo transmitir é que não devemos nem podemos culpar a ciência em si e as descobertas que dela advêm … mas sim o ser humano! É o Homem que, com a sua ganância e sede de poder, manuseia o que têm ao seu dispor de acordo com os seus interesses. É ele o responsável pela má aplicação da ciência e de todos os riscos que dela advêm.

Vejamos, por exemplo, as reacções nucleares induzidas e a bomba atómica que não só assassinaram, negando o direito à vida de milhares de pessoas, como comprometeram a vida de muitos outros inocentes. Será a culpa de Einstein que “apenas” se limitou a investigar o poder dos elementos, sem fins destrutivos? Ou será dos nossos governadores que, sabendo os riscos e os efeitos devastadores da sua utilização, optaram por dizer sim ao seu uso devido ao contexto económico em que estão inseridos? Na minha perspectiva, apesar de ambos terem contribuído para o desencadear infeliz do desfecho trágico, a diferença entre culpado e inocente reside na intenção!

Infelizmente, o Homem tem vindo a colocar os seus interesses como prioridade, utilizando o conhecimento científico e as suas aplicações de formas desastrosas e desequilibradas. Não é correcto cingirmo-nos aos interesses dos mais poderosos e dirigirmos a evolução da ciência nesse sentido!

Uma reflexão cuidada e minuciosa por parte do Homem acerca das consequências dos seus actos e da abrangência dos benefícios que advêm do progresso científico apresenta-se como condição necessária, mas insuficiente! Agir é imperativo! O planeta Terra e a vida humana são demasiado preciosos para que nós permitamos que o ser humano movido pela sua ânsia de poder os aglutine.


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